História dos Bairros
Faz parte da educação social respeitar a história das pessoas e, com
isso, tratá-las de forma adequada. Seguindo este raciocínio, o mesmo
não aconteceria com o nosso bairro? Conhecer a história, a importância
e, principalmente, as virtudes do bairro pode fazer com que a população
que nele reside descubra um sentimento de consideração a ele e, assim,
fazer da relação entre bairro e moradores uma relação de respeito e
cuidado.
Segundo o sociólogo Marcio Primac, o conhecimento da história do bairro
leva o morador a ter uma relação mais próxima com o local, e isso é
importante para que o indivíduo sinta-se motivado a melhorar e cuidar
do espaço onde mora. "É importante a pessoa ter esse contato com a história
do bairro para que ela possa se apropriar dele, afinal, antes de tudo,
a pessoa mora no bairro. Ela convive com os buracos, as árvores e as
pessoas.
"Então, ao conhecer a história de cada um destas coisas com que ela
convive, ela se apropria dessa história e passa a melhorar a relação
dela com o local e também a própria qualidade de vida", afirma o sociólogo.
Para Primac, com o resgate do passado destes locais, o morador tem acesso
às histórias das pessoas que ali habitam e, inclusive, à própria história,
fazendo com que se sinta parte deles e não um elemento isolado na paisagem.
Esta identificação local colabora para que a pessoa deixe de atribuir
a terceiros, neste caso, aos governantes, a solução dos problemas de
seu espaço e passe a ser o agente de mudança para uma vida melhor.
Aliás, não é só a história do bairro que faz com que o indivíduo tenha
um sentimento de mudança pelo local em que mora, mas também os símbolos
que, de forma gráfica e material, traduzem esta transformação. Um brasão
ou uma bandeira, além de significados patrióticos, retratam a história
de uma nação, de um povo. Ao ser criada a bandeira de um bairro, utilizando
dados históricos do passado e do presente, o morador resgata suas raízes.
Este resgate faz com que ele se aproxime mais do seu bairro e gera nele
sentimentos de carinho, orgulho e amor pelo espaço onde vive. Com isso,
o cidadão passa a perceber-se como parte integrante do local, podendo
agir com mais civilidade em benefício dele.
Bairros
no munícípio do Rio de Janeiro:
Abolição
Acari
Água
Santa
Alto
da Boa Vista
Anchieta
Andaraí
Anil
Bancários
Bangu
Barra
da Tijuca
Barra
de Guaratiba
Barros
Filhos
Benfica
Bento
Ribeiro
Bonsucesso
Botafogo
Brás
de Pina
Cachambi
Cacuia
Caju
Camorim
Campinho
Campo
dos Afonsos
Campo
Grande
Cascadura
Catete
Catumbi
Cavalcanti
Centro
Cidade
de Deus
Cidade
Nova
Cidade
Universitária
Cocotá
Coelho
Neto
Colégio
Complexo
do Alemão
Copacabana
Cordovil
Cosme
Velho
Cosmos
Costa
Barros
Curicica
Del
Castilho
Deodoro
Encantado
Engenheiro
Leal
Engenho
da Rainha
Engenho
de Dentro
Engenho
Novo
Estácio
Flamengo
Freguesia
da Ilha do Governador
Freguesia
de Jacarepaguá
Galeão
Gamboa
Gardênia
Azul
Gávea
Gericinó
Glória
Grajaú
Grumari
Guadalupe
Guaratiba
Higienópolis
Honório
Gurgel
Humaitá
Inhaúma
Ipanema
Irajá
Itanhangá
Jacaré
Jacarepaguá
Jacarezinho
Jardim
América
Jardim
Botânico
Jardim
Carioca
Jardim
Guanabara
Jardim
Sulacap
Joá
Lagoa
Lapa
Laranjeiras
Leblon
Leme
Lins
de Vasconcelos
Madureira
Magalhães
Bastos
Mangueira
Manguinhos
Maracanã
Maré
Marechal
Hermes
Maria
da Graça
Méier
Moneró
Olaria
Oswaldo
Cruz
Paciência
Padre
Miguel
Paquetá
Parada
de Lucas
Parque
Anchieta
Parque
Colúmbia
Pavuna
Pechincha
Pedra
de Guaratiba
Penha
Circular
Penha
Piedade
Pilares
Pitangueiras
Portuguesa
Praça
da Bandeira
Praça
Seca
Praia
da Bandeira
Quintino
Bocaiúva
Ramos
Realengo
Recreio
dos Bandeirantes
Riachuelo
Ribeira
Ricardo
de Albuquerque
Rio
Comprido
Rocha
Miranda
Rocha
Rocinha
Sampaio
Santa
Cruz
Santa
Tereza
Santíssimo
Santo
Cristo
São
Conrado
São
Cristóvão
São
Francisco Xavier
Saúde
Senador
Camará
Senador
Vasconcelos
Sepetiba
Tanque
Taquara
Tauá
Tijuca
Todos
os Santos
Tomás
Coelho
Turiaçu
Urca
Vargem
Grande
Vargem
Pequena
Vasco
da Gama
Vaz
Lobo
Vicente
de Carvalho
Vidigal
Vigário
Geral
Vila
Cosmos
Vila
da Penha
Vila
Isabel
Vila
Militar
Vila
Valqueire
Vista
Alegre
Zumbi
Bairros
no município de Niterói:
Badu
Baldeador
Barreto
Boa
Viagem
Cachoeiras
Cafubá
Camboinhas
Cantagalo
Caramujo
Centro
Charitas
Cubango
Engenho
do Mato
Engenhoca
Fátima
Fonseca
Gragoatá
Icaraí
Ilha
da Conceição
Ingá
Itacoatiara
Itaipu
Ititioca
Jacaré
Jurujuba
Largo
da Batalha
Maceió
Maria
Paula
Matapaca
Morro
do Estado
Muriqui
Pé
Pequeno
Piratininga
Ponta
d'Areia
Rio
do Ouro
Riodades
Santa
Bárbara
Santa
Rosa
São
Domingos
São
Francisco
São
Lourenço
Sapê
Tenente
Jardim
Várzea
das Moças
Viçoso
Jardim
Vila
Progresso
Viradouro
Vital
Brazil
História dos Bairros - Encantado
Por: Robson Letiere
A origem do bairro
A origem do bairro, segundo a tradição local, está relacionada ao rio
que corria em sua redondeza, o Rio Faria. Dizia -se que suas aguas,
nas fortes chuvas, eram dotadas do poder estranho de tragar tudo que
nelas caíssem, até uma carroça com condutor, cargas e burro: era um
"Rio Encantado".
Este bairro e o de Piedade foram os primeiros bairros do subúrbio a
receber luz elétrica, inaugurada em 1905.
No século XIX, dois médicos famosos ligados ao bairro, o Dr. Domingos
Freire e depois o Dr. Clarimundo de Melo, deram nomes a logradouros.
Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do
Brasil, foi inaugurada, em 15 de abril de 1868, a estação do Encantado,
que atualmente está desativada.
Do lado norte da ferrovia, a Linha Amarela arrasou quarteirões entre
as Ruas Dois de Fevereiro e Pompílio de Albuquerque.
Existe no bairro uma capela com devoção ao Divino Espírito Santo, de
origem portuguesa, da Ilha Terceira do Arquipélago dos Açores.
Em 11 de maio de 1914, na Rua Primo Teixeira, no bairro, teve início
as instalações do Colégio Nossa Senhora da Piedade.
Era nesse bairro que morava a sambista Araci de Almeida, a "Dama do
Encantado", o poeta catarinense João da Cruz e Souza, e Orlando Silva,
considerado o "Cantor das Multidões".
História dos Bairros - Engenho
de Dentro
Operação Urban - Engenho de Dentro
Por: Robson Letiere
A sua origem remonta à época colonial, quando suas terras eram um
engenho de açúcar (engenho de dentro).
No século XVIII, a região pertenceu ao mestre de campo João Árias de
Aguirre.
Com o desmembramento de suas terras, destacou-se a Chácara do Dr. Francisco
Fernandes Padilha, que se estendia até o sopé da Serra dos Pretos Forros.
Em 1908, uma fábrica de vidro existente na atual Rua Gustavo Riedel
foi transformada em hospital de emergência e, mais tarde, tornou-se
o Hospital Dom Pedro II, destinado aos doentes do antigo Hospício da
Praia Vermelha.
Atualmente, o antigo "Hospital dos Alienados" abriga o Instituto Municipal
Nise da Silveira.
O que deu impulso à ocupação do bairro foi a abertura da Estrada de
Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, que trouxe para o bairro
as grandes oficinas ferroviárias do Engenho de Dentro que, em 1881,
eram consideradas as mais importantes da América Latina.
Em 1983, na área das oficinas, foi instalado o "Museu do Trem", ou Centro
de Preservação Histórica Ferroviária do Rio de Janeiro, com várias relíquias
históricas, como a famosa locomotiva "Baronesa" que inaugurou a "Estrada
de Ferro Mauá".
A construção da Linha Amarela, entre 1994 e 1997, possibilitou a ligação
dos subúrbios com a Barra da Tijuca, e valorizou o bairro.
No bairro está situado o Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão).
História dos Bairros - Marechal
Hermes
Operação Urban - Marechal Hermes
Por: Robson Letiere
Homenagem ao então presidente Marechal Hermes da Fonseca, que idealizou
o bairro para suprir a carência de moradias populares.
Fundado em 1913, o bairro de Marechal Hermes foi o primeiro no Brasil
implantado como uma "Vila Proletária" e planejado para ser estritamente
residencial, com direito a infraestrutura de serviços públicos.
Com o término do governo do Marechal Hermes, em 1914, o projeto, combatido
pela sociedade, foi abandonado e, dos 1350 imóveis previstos, somente
165 foram construídos.
Surgiram então moradias simples, erguidas pelo operariado, na área que
ficou conhecida como "Portugal Pequeno", devido à predominância de portugueses.
As ruas largas e arborizadas foram abertas em torno da Praça Montese,
defronte à estação Marechal Hermes, da Estrada de Ferro Central do Brasil,
inaugurada em 1913 .
O prédio da estação - hoje tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico
- foi influenciado pelo modelo de ferrovias inglesas e é feito de tijolo
maciço, com telhas francesas, quatro fachadas, amplas coberturas, detalhadas
em azulejos e arcos de ferro fundido.
Na década de 1930, o presidente Getúlio Vargas retomou as obras no bairro
e realizou grande intervenção no projeto original, construindo blocos
de apartamentos e modificando a nomenclatura de ruas para homenagear
militares.
O hospital estadual Carlos Chagas, construído em 1934 é um dos mais
antigos da Cidade. Destaca-se ainda no bairro o teatro Armando Gonzaga,
projeto de Afonso Eduardo Reidy, com auditório para 300 pessoas.
O clube Botafogo transferiu-se para Marechal Hermes em 1977. Hoje o
clube mantém no bairro uma sede, com vistas à formação de novos jogadores.
Por: Robson Letiere
O bairro, conhecido como o berço da boemia carioca, também é famoso
pela arquitetura, a começar pelos Arcos – conhecidos como Arcos da Lapa,
construídos para funcionarem como aqueduto nos tempos do Brasil Colônia
e que serviram como via para os bondinhos que sobem o morro de Santa
Teresa.
Nos últimos tempos o paisagismo do bairro sofreu significativas alterações.
Onde era o Largo dos Pracinhas (uma praça anexa aos arcos) hoje existe
um enorme Circo Voador.
A Rua dos Arcos, que atravessa o aqueduto, era uma via ocupada por edificações
centenárias, entre elas a Fundição Progresso.
Ponto de referência para os amantes da vida noturna, uma das características
marcantes do bairro é a harmonia com que convivem as mais diversas tribos
musicais.
Desde os anos 1950, quando era chamado de “Montmartre Carioca” (igual
a Santa Teresa), o bairro é palco de encontros intelectuais, artistas,
políticos e, principalmente, do povo carioca, que ali se reúne para
celebrar o samba, o forró, a MPB, o choro e mais recentemente, a música
eletrônica e o rock.
O Passeio Público, a Escola Nacional de Música e a igreja de Nossa Senhora
da Lapa do Desterro são referências para o turista que quer ver uma
boa amostra da arquitetura do Rio Antigo.
Na tentativa de resgatar a vocação residencial do bairro foi criado
o Movimento Eu Sou Lapa. Inspirado na famosa campanha “I Love NY”, que
ajudou a revitalizar a cidade americana que estava em decadência na
década de 1970.
O mundo de Selarón: o falecido escultor chileno adotou a escadaria que
hoje leva o seu nome, para transformá-la num gigantesco mosaico com
mais de dois mil azulejos nas cores da bandeira brasileira.
História dos Bairros - Vila Militar
Por: Robson Letiere
O Marechal Hermes da Fonseca resolveu transferir seis batalhões do
primeiro e segundo Regimentos de Infantaria para uma nova vila militar
na zona suburbana, que pudesse se interligar com as unidades de Realengo.
No inicio do século XX, os batalhões e regimentos da cidade se concentravam
próximos ao Centro, em São Cristóvão, no Campo de Santana, no antigo
Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico), na Fortaleza de São João
e na Praia Vermelha.
No governo Afonso Pena, as fazendas e engenhos de Sapopemba, Gericinó,
Engenho Novo da Piedade, da Água Branca, do Cabral, do Monte Alegre,
entre outros, começaram a ser desapropriadas nos vastos campos entre
Deodoro e os limites com a Baixada Fluminense.
Os primeiros quartéis do bairro, as casas de administração e os depósitos
de munição foram construídos pelo Tenente Engenheiro Palmyro Serra Pulcherio.
As obras terminaram em 1910 e a Vila Militar foi inaugurada em 1912.
A partir de 1915, novos quartéis e residências para os militares foram
construídos ao longo da Avenida Duque de Caxias, formando, ao longo
do tempo, o maior aquartelamento do Brasil e a maior concentração militar
da América Latina, com mais de 60.000 homens.
No ramo ferroviário de Mangaratiba, foi inaugurada a estação Vila Militar,
em 18 de agosto de 1910, com seu belo prédio em estilo inglês, igual
ao de Marechal Hermes.
Destacam-se no bairro os prédios dos Regimentos Sampaio, Andrade Neves,
Avaí, o campo de instrução de Gericinó, o Hospital da Guarnição da Vila
Militar, os Regimentos Floriano, de cavalaria mecanizada , entre outros.
Por ocasião de Jogos Pan-Americano Rio-2007, foi construído o Centro
Esportivo Deodoro, que utilizou área do tradicional Círculo Militar
Deodoro, para disputa das modalidades de hipismo, pentatlo moderno,
hóquei sobre grama, entre outras, mantendo como instalações permanentes
os centros nacionais de hipismo e de tiro esportivo.
Por: Robson Letiere
Por causa da Pedra do Leme que cujo formato, visto de cima, se assemelha
ao do leme de um navio.
Espremido entre o Morro da Babilônia e o Oceano Atlântico, o bairro
era um areal deserto, até que a Companhia de Construções Civis criou
as ruas do bairro, entre 1892 e 1894.
Com a inauguração do Túnel Novo, em 1906, a linha de bondes da Companhia
Ferro-Carril Jardim Botânico chegaria ao final do bairro, na Praça do
Vigia.
Junto ao Morro da Babilônia ficava a Chácara de Torquato Couto. Também
residiu nela a família de Wilhelm Marx (pai do paisagista Roberto Burle
Marx), que construiu a Ladeira da Babilônia, atual Ari Barroso.
A partir de 1934, a ocupação das encostas do Morro da Babilônia aumentou
bastante, dando origem às Comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira.
No cume do Morro do Leme destaca-se o Forte da Espia ou do Vigia, situando-se
a 125 metros de altitude.
Dentro da área do Forte, existem ruínas de 1711 e 1823 na denominada
Pedra do Anel.
A partir de 1950 e 1960, grandes prédios residenciais ocuparam a estreita
área do bairro e surgiam hotéis, destacando-se a torre do Le Meridien,
atual Iberostar-Copacabana. Neste local, anualmente, era costume ocorrer
uma cascata de fogos de artifício durante a passagem do ano.
O bairro, contudo, manteve a sua tranquilidade, bem representado pelo
"Caminho dos Pescadores" junto à Pedra do Leme, onde há uma das mais
belas vistas da orla carioca.
História dos Bairros - Copacabana
Por: Robson Letiere
Imagem de Nossa Senhora de Copacabana, de origem boliviana.
O bairro era a antiga Praia de Sacopenapan, um areal deserto, repleto
de cajueiros e cactáceas.
Por ficar numa área de difícil acesso, até o final do século XIX, somente
existiam na localidade o Forte Reduto do Leme, a pequena Igreja de Nossa
Senhora de Copacabana e algumas chácaras e sítios.
O bairro com uma praia em formato de meia-lua é apelidada de "Princesinha
do Mar", devido a sua aura poética.
Em 1923, surgia na praia o Copacabana Palace Hotel, com sua magnífica
pérgola e majestosos salões.
No início dos anos 1960, surgia o famoso movimento da "Bossa Nova",
no Beco das Garrafas.
O "Bairro Peixoto", projeto de urbanização nos terrenos do Comendador
Paulo Felisberto Peixoto, mantém uma tipologia de prédios baixos em
torno da Praça Edmundo Bitencourt.
O calçadão (com suas famosas ondas pretas e brancas, em padrão mar-largo),
ladeado pela ciclovia, é uma ótima opção para corredores e ciclistas.
O bairro é palco do mais famoso Reveillon do Brasil, atraindo uma multidão
de pessoas que vem acompanhar a espetacular queima de fogos.
História dos Bairros - Urca
Operação Urban - Urca
Origem do bairro: Urca
Por: Robson Letiere
Há lendas sobre o nome, tem quem diga que era o nome do navio do Holandês
Oliver Van Noort.
Outras é por causa do morro rochoso que lembra um tipo de embarcação
antiga usada pelos holandeses para transporte de carga.
Por fim, da empresa de arruamento e loteamento: Urbanizadora Carioca.
A história do povoamento das terras do que hoje é conhecido como bairro
remonta ao início da própria Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Em 1555, colonos franceses sob o comando de Nicolas Durand de Villegagnon
estabeleceram -se na Baía de Guanabara levando Portugal a enviar uma
expedição para expulsa-los.
O local de desembarque e da fundação foi a pequena faixa de terra na
'várzea', entre os Morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, atual Praia de
Fora, nos terrenos da Fortaleza de São João.
Até o final do século XIX, o bairro simplesmente não existia, porque
as águas da Baía de Guanabara batiam diretamente nas rochas que circundam
os Morros da Urca e o Pão de Açúcar.
Entre 1870 e 1880, o comerciante português Domingo Fernandes Pinto sonhou
em transformar o local num novo bairro, ou melhor, numa nova cidade,
com os prédios obedecendo ' a um novo estilo, elegante e artístico'.
É no bairro que se sitia o Morro do Pão de Açúcar e o seu famoso Bondinho.
Na Praia Vermelha, situam-se dois campus da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Instituto Militar de Engenharia, a Escola de Comando
e Estado-Maior do Exército e a Escola de Guerra Naval, o Instituto Benjamin
Constant, o Forte São João, o Museu de Ciências da Terra, a companhia
de Pesquisa de Recursos Minerais do antigo Cassino da Urca.
O bairro é considerado o mais calmo da cidade, com criminalidade praticamente
nula, também sendo valorizado por ser um dos poucos bairros da cidade
com nenhuma favela.
História dos Bairros - Humaitá
Operação Urban - Humaitá
Origem do bairro: Humaitá
Por: Robson Letiere
Provém da Batalha do Humaitá, travada na Guerra do Paraguai.
Em 1657, o Vigário-Geral do Bispado, Clemente José Martins de Matos,dono
de uma vasta chácara que abrangia quase todo o bairro ,abre o caminho
novo para acesso a sua Igrejinha, que dedica a São Clemente.
Joaquim Marques Batista de Leão, em 1825, adquiriu a Fazenda da Olaria
a subdividindo em lotes e seus herdeiros doaram a Câmara em 1853 uma
rua,a Marquês,e um largo ,o dos Leões.
O antigo Largo da Olaria se tornou o Largo do Humaitá. Na década de
1960 ,foi removida a grande favela Macedo Sobrinho, onde mais tarde
,reflorestada, criou-se o Parque Natural Municipal da Saudade.
O prédio de 1856,do Corpo de Bombeiros foi tombado pelo patrimônio histórico.
Uma unidade do tradicional Colégio Pedro II se localiza no bairro.
Outros locais de destaque são a Casa de Espanha ,o Instituto Brasileiro
de Administração Municipal - IBAM e o Espaço Cultural Sergio Porto.
A Cobal, antiga garagem de bondes ,atualmente ,que em 1971 se tornou
o Horto-Mercado do Humaitá, atualmente é o grande " point " boêmio-gastronomico
do bairro ,com barzinhos ,restaurantes, pizzarias,atrações musicais,lojas
de importados e supermercados.
História dos Bairros - Cidade de
Deus
Operação Urban - Cidade
de Deus
Origem do bairro: Cidade de Deus
Por: Robson Letiere
Construção de um grande conjunto habitacional na baixada de Jacarepaguá,
que desde o seu planejamento, a ideia era usar nomes bíblicos em logradouros.
A região pertencia a Grande Sesmaria de Martin de Sá, que se estendia
do arroio Pavuna até o Maciço da Tijuca, cuja principal construção era
o Engenho D' Água.
Posteriormente, a área foi ocupada por sítios e fazendas onde se cultivou
cana-de-açúcar, café e lavouras diversas.
Na década de 1960, o Governador Carlos Lacerda implementou uma política
de remoção das favelas situadas na zona sul da Cidade, para isso autorizou
a construção do conjunto habitacional.
Construído pela COHAB e financiado pelo BNH, o bairro terminou de ser
construído após o governo Negrão de Lima.
Seus projetos foram executados em 1968: o primeiro, em área total de
253.810 m2; o segundo, em área total de 36.343 m2; e o terceiro, de
outubro de 1968, abrangendo a maior área, com mais de 120 logradouros,
incluindo ruas, travessas, praças, todas batizadas com nomes bíblicos,
pelo Decreto de 30/03/1970.
Os moradores transferidos para o bairro provinham de 63 favelas distintas.
Em 1997, com a inauguração da "Linha Amarela", o bairro foi seccionado:
de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc e, do outro, o restante
das antigas glebas, as duas partes interligadas por passarelas.
A vida no bairro inspirou o filme brasileiro " Cidade de Deus", baseado
no romance homônimo de Paulo Lins, com roteiro de Bráulio Mantovani,
dirigindo por Fernando Meirelles. Lançado em 2002 no Brasil e, posteriormente,
no exterior, o filme teve enorme sucesso, recebendo inúmeros prêmios
e indicações.
História dos Bairros - Recreio
Operação Urban - Recreio
Origem do bairro: Recreio
Por: Robson Letiere
Joseph Weslley Finch comprou, nos anos 1920, umas das glebas e costumava
promover visitas de fim de semana para interessados na compra de seus
lotes. Muitos paulistas adquiriram terrenos à beira mar, e construíram
casas de veraneio. Por essa razão, passou a ser conhecida como Recreio
dos Bandeirantes.
Originalmente era um grande areal, nas restingas em frente ao Pontal
de Sernambetiba. As terras pertenciam ao Banco de Crédito Móvel, que
loteou em duas glebas
Seu loteamento é recente, datando de 1959, quando a Companhia Recreio
dos Bandeirantes contratou o então jovem corretor de imóveis Sergio
Castro para planejar e vender os lotes recém-desmenbrados que compunham
a chamada Gleba B.
O senador Georgino Avelino, então presidente do Banco do Distrito Federal,
esteve dentre os homens públicos da época que acreditavam na expansão
da cidade em direção à Zona Oeste.
Seu primeiro acesso era feito pela Estrada do Pontal. Depois foi aberto
um caminho de terra, ao longo da extensa praia, que foi asfaltado no
final da década de 1950, com a denominação de Avenida Litorânea, atual
Avenida Sernambetiba.
No início dos anos 70, foi implantada a Estrada Rio-Santos que cruzava
a baixada de ponta a ponta. Mais tarde, essa estrada foi duplicada e
se transformou na Avenida das Américas.
Localizado a oeste do bairro da Barra da Tijuca, e a leste de Guaratiba,
o Recreio dos Bandeirantes é um bairro que tem crecido rapidamente.
O bairro possui as praias mais limpas, reservadas e bonitas da cidade:
Praia do Recreio, Praia do Pontal, Praia da Macumba, 1/3 de extensão
da Praia da Reserva, Prainha e Praia do Abricó (nudismo).
O bairro conta também com bons e amplos parques ambientais, como Parque
Chico Mendes, Parque Marapendi, bosques e praças bem arborizadas.
História dos Bairros - Pechincha
Operação Urban - Pechincha
Origem do bairro: Pechincha
Por: Robson Letiere
A denominação se referia a um mercado no qual se vendiam os produtos
dos sitiantes da região, por um negociante “Pechincheiro”, que, por
seus baixos preços, concorria com o comércio da Freguesia e Taquara.
No antigo caminho da Freguesia, no encontro das Estradas do Tindiba
e do Pau Ferro, surgiu, no início do século XX, uma localidade onde
hoje é o bairro.
Em 1885, seus moradores passaram a ser sepultados em um cemitério novo,
sob a invocação do Bom Jesus dos Perdões, com acesso pelo Cho de Cima
(atual Rua Benevente), o atual Cemitério de Jacarepaguá.
Por iniciativa de Leopoldo Fróes, foi fundada, em 19 de agosto de 1918,
a “Casa dos Artistas”.
Logo após foi doado um grande terreno na Rua Campos das Flores (atual
Rua Retiro dos Artistas), onde, em 1919, foi instalado o Retiro dos
Artistas.
Notabilizando-se pela defesa dos interesses da classe artística, a Casa
recebeu, em 1931, no governo Getúlio Vargas, sua Carta Sindical, tornando-se
o representante oficial dos artistas. Nesses anos de atuação, a Casa
escreveu uma expressiva história artística, social e assistencial, sendo
considerada uma instituição de caráter único do Brasil.
Destacam-se no bairro o Educandário São José das Servas de Maria, o
Colégio Nossa Senhora Rainha dos Corações, o colégio Cruzeiro e a Sociedade
Beneficente Retiro Humboldt.
O bairro possui expressiva área verde e na antiga Sede Campestre José
Duarte Dias, está localizado o “Mirante Campestre”.
O bairro é predominantemente residencial, com comércio concentrado no
Largo do Pechincha.
História dos Bairros - Madureira
Operação Urban - Madureira
Origem do bairro: Madureira
Por: Robson Letiere
Vem de Lourenço Madureira que, no século XIX, era lavrador e criador
de gado em terras da antiga Fazenda do Campinho.
Suas terras pertenciam à freguesia de Nossa Senhora da Apresentação
de Irajá, criada em 1647.
Em 1617, a área do atual bairro fazia parte da Fazenda do Campinho,
e lá existia o Forte de Nossa Senhora da Glória do Campinho, construído
em 1822 e desativado em 1831.
Destacava-se, no Vale do Rio das Pedras, o Engenho do Portela, de Miguel
Gonçalves Portela, grande produtor de cana-de-açúcar, aguardente e rapadura
Na virada do século XIX para o século XX, o bairro já tinha se tornado
um importante eixo ferroviário com a inauguração das estações de Madureira
(1890), e de Inharajá (1908), atual estação Mercadão de Madureira ou
Magno.
Em 1958 com a inauguração do viaduto Negrão de Lima, foram interligadas
as áreas do bairro separadas pelos ramais da linha férrea.
O bairro se consolidaria como centro comercial dos subúrbios com a construção
do Mercadão de Madureira (1914), que, durante boa parte do século XX,
foi o maior centro de distribuição de alimentos da região. Após sofrer
um incêndio em 2000, o “Mercadão de Madureira” ressurgiu modernizado.
É uma referência significativa para a cultura carioca, não apenas no
que se refere à música – abriga a escola de samba Império Serrano, fundada
em 1947 – mas, também, ao futebol. O Madureira Atlêtico Clube, o “tricolor
suburbano”, revelou grandes jogadores como Didi, Jair da Rosa Pinto,
Evaristo, entre outros.
Hoje, conta com uma imensa área comercial nas Ruas Carvalho de Souza,
Carolina Machado e Estrada do Portela, destacando-se shoppings como
o “Tem Tudo”, Polo 1, o Shopping São Luiz e o moderno Madureira Shopping
Rio.
História dos Bairros - Deodoro
Operação Urban - Deodoro
Origem do bairro: Deodoro
Por: Robson Letiere
Homenagem ao Proclamador da República, Marechal Deodoro da Fonseca
A região era ocupada pelo Engenho Sapopemba, fundado por Gaspar da Costa,
em 1612, e pela Fazenda do Gericinó.
Com a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada
em 1859, a estação Sapopemba que, depois da instauração da República,
foi batizada de Deodoro.
A estação de Deodoro se tornou uma das maiores do subúrbio. Nela tem
origem o ramal de Santa Cruz, inaugurada em 1879, que faz conexão com
o ramal de Japeri e Paracambi, acesso até a estacão de Dom Pedro II,
no Centro.
O Barão de Mauá passou a explorar suas terras, sendo substituído pelo
Conde Sebastião do Pinho que, endividado, leiloou-as e o Banco do Brasil
arrematou, passando-as ao Ministério da Guerra.
Este fato deu origem às grandes áreas militares e quartéis que foram
instalados na região.
Nas décadas 1940/1950, o Engenho Sapopemba já absorvera a maior parte
do Engenho Boa Esperança, onde seria erguida a "Fundação da Casa Popular",
atravessada pela Avenida das Bandeiras (atual Avenida do Brasil).
O prefeito Alim Pedro construiu o viaduto de Deodoro na Estrada do Camboatá,
sobre a linha férrea, na década de 1950.
Em 2006, foi instalado o Parque das Vizinhanças Dias Gomes ou " Piscinão
de Deodoro", na Estrada de Camboatá.
História dos Bairros - Bonsucesso
Operação Urban - Bonsucesso
Origem do bairro: Bonsucesso
Por: Robson Letiere
Homenagem a D. Cecília Vieira de Bonsucesso, dona das terras do Engenho
da Pedra que, em 1754, reformou a capela da região.
A área onde se integra o atual bairro, na época colonial estava no chamado
Engenho da Pedra, cujas terras se estendiam até ao Porto de Inhaúma.
O final do século XIX, foi erguida uma capela em louvor a Nossa Senhora
do Bonsucesso, num terreno alto da Rua Olga, doado por Adriano da Costa.
A partir da década de 1910, o engenheiro Guilherme Maxwell, urbanizou
e loteou enormes terrenos do Engenho da Pedra, criando um novo bairro:
a "Cidade dos Aliados", em homenagem aos países aliados contra a Alemanha
da Primeira Guerra Mundial.
Surgiram assim, a Praça das Nações e as Avenidas Paris, Londres, Bruxelas,
Roma e Nova Iorque.
Os marcos mais expressivos da Praça das Nações são o Chafariz e o Monumento
aos Expedicionários da Segunda Guerra Mundial.
O bairro possui o maior hospital federal do país, o Hospital Geral de
Bonsucesso (HGB).
Ainda no bairro está sediada a Primeira Igreja Batista em Bonsucesso,
fundada em 1916, e considerada pela Convenção Batista Brasileira (CBB)
como uma das igrejas batistas mais antigas do Brasil.
A primeira sala de cinema do bairro foi o Cine Paraíso, inaugurado em
1928 e que fechou suas portas na década de 1970.
História dos Bairros - Centro
Operação Urban - Central do Brasil
Origem do bairro: Centro
Por: Robson Letiere
Em 1567, o núcleo da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi transferido
da Urca para o Morro do Castelo, que na época ficava, em relação às
outras regiões, no Centro da Cidade.
Da segunda década do século XVIII em diante, foram realizadas diversas
obras, como o Aqueduto da Carioca.
Com a chegada da Família Real, em 1808, o Centro passa por uma profunda
remodelação.
Em 1868, com a inauguração da primeira linha de bondes, uma nova era
se iniciava para a Cidade, que veio a ter como seu símbolo a Rua do
Ouvidor, no coração do Centro.
Com a reforma urbana promovida pelo prefeito Pereira Passos, foram construídos
o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional, dentre inúmeros outros projetos.
Grandes transformações também ocorreram em 1920, com o desmonte do Morro
do Castelo e, em 1944, com a inauguração da Avenida Presidente Vargas.
A década de 1950 é marcada pelo início do processo de esvaziamento do
Centro e a década de 1960 pela construção dos viadutos e pistas expressas
elevadas.
Contudo, apesar da degradação de várias das suas áreas, o Centro continua
a ser o segundo centro financeiro do País e a principal referência da
Cidade, abrigando os seus principais monumentos e marcos históricos.
Sua parte mais valorizada, chamada Micro-Centro, é representada pelo
perímetro entre a Avenida Presidente Antônio Carlos e a Avenida Rio
Branco, entre a Avenida Nilo Peçanha e a Rua do Ouvidor.
História dos Bairros - Barra da
Tijuca
Operação Urban - Barra
da Tijuca
Origem do bairro: Barra da Tijuca
Por: Robson Letiere
Depósitos de cascalho, areia e argila formados nas desembocaduras de
rios e canais são o que se chama de barra. No caso do bairro, o depósito
é formado pelo encontro das águas do conjunto de lagoas da região com
o Oceano Atlântico, através do Canal da Joatinga. Tijuca, por sua vez,
significa "água suja".
O processo de ocupação do bairro foi induzido pela implantação de estradas
de rodagem, ao contrário dos bondes e trens que promoveram a urbanização
nas regiões mais antigas da cidade.
Até as primeiras décadas do século XX, os movimentos de ocupação se
mostraram inconsistentes, portanto apenas pequenas casas de veraneio
no distante Recreio dos Bandeirantes e um processo de urbanização junto
às principais vias de acesso, como a Avenida Niemeyer e a Estrada de
Furnas, que se juntavam para alcançar a Barra da Tijuca, contornando
a Pedra da Gávea.
Em 1939, foi construída uma ponte sobre a Lagoa da Tijuca, obra executada
por particulares para atender aos loteamentos Jardim Oceânico e Tijucamar.
Historicamente, o bairro sempre esteve ligado aos moradores da Zona
Norte e da Tijuca que eram atraídos pelas águas límpidas de suas praias
oceânicas pouco frequentadas.
Até 1960, quase todas as melhorias executadas na região atendiam apenas
ao escoamento da farta produção rural ainda existente e ao lazer da
população.
Em 1969, sob o marco da aprovação do Plano Piloto de Urbanização e Zoneamento
da Baixada de Jacarepaguá, elaborado pelo urbanista Lúcio Costa Barra,
uma nova fronteira de expansão imobiliária se abria e a ocupação do
bairro se iniciava de forma definitiva.
O plano Lúcio Costa propunha uma ocupação planejada da baixada e rompia,
com seu urbanismo modernista, os padrões de ocupação típicos do Rio
de Janeiro. Com a construção da Auto-Estrada Lagoa Barra, na década
de 1980, a urbanização da região se intensificou.
Hoje, apesar das modificações do plano original, o urbanismo modernista
faz do bairro um espaço singular do Rio de Janeiro, marcado pela presença
dos condomínios fechados, shopping centers, hipermercados, e pela intensa
atividade mobiliária.